“da mais Alta à mais Bela, assim se fez e faz o caminho da aGuardada.”
Este é um projeto que não se esgota no seu conceito, ou na sua marca, a aGuardada é o caminho.
Considero que cada um de nós não é o que possui, mas sim o que constrói ao longo do seu ciclo vital. A vida é uma passagem, importando ter como missão, quando o abandonarmos, deixar o nosso contributo para que ele se tenha tornado melhor com a nossa passagem. E assim nasce a aGuardada. De um terreno de família votado ao abandono há mais de 30 anos no território da Guarda, impôs-se o anseio de criar valor, e assim nasceu o souto do Prado das Malhadas. Dos ascendentes aos descendentes, assim se erige um legado que vai para lá de onde a vista a alcança.
A aGuardada é então criada como marca, simbolicamente no dia de S. Martinho no ano de 2020. A mesma visa constituir-se como “uma pedra no charco”, neste marasmo de perda de visão no futuro, derivado dos conturbados tempos em que vivemos, difundindo a mensagem de que a esperança está ao virar da esquina. A parede é longa, mas o desejo de a dobrar é bem maior.
Tal como o Castanheiro, que desde há décadas assolado por uma série de doenças e pragas, assim como as malfadadas alterações climáticas o fazem correr montanha acima para fugir do calor que o apoquenta e mata, importa salvar e preservar este património vivo, cheio de histórias e tradições que urge ir buscar lá atrás no tempo. Assim como salvar o Castanheiro, importa salvar o belo planeta, como o conhecemos, bem como os saberes de antigamente. O Castanheiro leva 300 anos a crescer, 300 anos a viver e outros 300 anos a morrer, assim ditando um provérbio de outrora. É a árvore pão dos povos antigos, ela é a história em si, e na nossa esquecida memória.
Numa atualidade que vive e se centra no digital, pressionando a pessoa humana para a prossecução de uma perfeição que não existe, através das redes sociais que nos transbordam, a aGuardada vem recordar-nos que a vida humana é uma analogia umbilicalmente conectada com a beleza tosca e imperfeita do castanheiro e da castanha. Assim é a aGuardada, sem receio de se mostrar tal como é, genuína e autêntica como sempre será, aceitando humildemente os seus defeitos de uma forma orgulhosa como sendo as suas próprias virtudes, ambicionando ainda equilibrar a balança, sem subestimar o digital em prol do tradicional e vice-versa.
aGuardamos que as sementes germinem, aGuardamos que os castanheiros cresçam, aGuardamos que os ouriços apareçam, aGuardamos que as castanhas desçam…
aGuarda, Guarda-a bem, que a aGuardada chegou a Óbidos.